Livro - assassinatos na academia brasileira de letras durante seu discurso de posse, o senador belizário bezerra, o mais novo imortal da academia brasileira de letras, cai fulminado no salao do petit trianon
A morte de outro confrade, em circunstâncias semelhantes - súbita, sem sangue e sem violência aparente -, traz uma tensao inusitada para a tradicionalmente plácida casa de machado de assis: um serial killer literário parecia solto pelo pacato rio de janeiro de 1924, e nao estava pra brincadeira
Queria ver mortos todos os imortais
Os "crimes do penacho", como a imprensa marrom apelidou a série de assassinatos, despertaram a curiosidade do comissário machado machado, um tipo comum na paisagem carioca nao fosse o indefectível chapéu-palheta, a pinta de sedutor irresistível e a obstinaçao em provar que aquelas mortes jamais poderiam ser coincidências
Em sua investigaçao, que serpenteia entre um chope e outro no café lamas, uma visita ao teatro sao josé, uma passada no cemitério sao joao batista e outra na lapa, machado machado encontra suspeitos por toda parte: políticos, jornalistas, religiosos, nobres falidos, embaixadores, crupiês, poetas maiores e menores, homens de letras, magnatas da imprensa, alfaiates e atrizes francesas, quase todos com um pendor inescapável para o assanhamento e a malandragem
Assassinatos na academia brasileira de letras alia o sabor da prosa de jô soares a uma pesquisa histórica que reconstitui nos mais ricos e engraçados detalhes um rio de janeiro que até agora nao estava nos livros: parecia estar apenas na memória de quem o viveu
Jô mistura erudiçao e humor, texto e imagens, suspense e comédia de costumes - fórmula secreta que, na mao dos grandes autores, garante a marca da melhor literatura.