Consolaçao autora de paris nao acaba nunca e quando paris cintila, em que a cidade-luz é musa inspiradora de crônicas e histórias, a escritora betty milan, radicada na capital francesa, volta às suas origens ao explorar as ruas e personagens de sao paulo, cenário de seu sexto romance
Consolaçao retrata o drama de uma mulher que perde o marido na frança e só encontra o consolo que procura entre os seus conterrâneos, ouvindo as pessoas de sao paulo, sua cidade natal
Brasileira, casada com um francês, laura assiste à agonia e à morte do marido num hospital parisiense, enquanto tenta inutilmente convencer o médico a abreviar seu sofrimento
Depois do enterro, toma um aviao para sao paulo, sua cidade natal
Uma cidade com a qual mantém uma relaçao contraditória de amor e odio
Surpreendentemente, laura nao vai para a casa da família, porque nao suporta a idéia de ouvir "meus pêsames" e ser olhada com pena
Vai direto do aeroporto para o cemitério, onde fala com os vivos e com os mortos, cujas vozes ela ouve
Mario e oswald de andrade, escritores que, pela sua independência e sua relaçao com a cultura brasileira, a marcaram
O pai falecido, que a incita a sair da concha do luto, escutando os outros, o "povo da rua" ? os que nela vivem sem ser vistos nem ouvidos
Aceitando o conselho, laura segue errante pela cidade
Vai descobrir a sao paulo que ninguém conhece e nos revelar o mundo de seus moradores invisíveis
Até se dar conta de que ninguém deixa de existir porque morre e que "perder nao significa nao ter", e descobrindo, no consolo dos que ficam, que o amor é maior do que a morte.