Com este livro excepcional, em traduçao direta do russo realizada por boris schnaiderman, que também assina o posfácio, a editora 34 chega ao sétimo título da obra de dostoiévski
Escrito em 1870, o eterno marido é o mais bem-acabado dentre os romances curtos de fiódor dostoiévski e considerado por boris schnaiderman, reforçando a opiniao de andré gide, uma obra-prima da maturidade do autor
O ponto de partida dessa narrativa é o reencontro, após quase uma década, do o eterno marido , páviel pávlovitch trussótzki, agora viúvo, com o ex-amante de sua mulher, aleksiéi ivânovitch vieltchâninov
Este mantivera durante um ano uma relaçao amorosa com a provinciana natália nassílievna, que morre poucos meses antes de começar a história, deixando toda a sua correspondência intata
Por meio das carta, o marido traído toma conhecimento de toda a história de sua infidelidade
O inusitado e a surpresa deste encontro se prolongam pelas mais de duzentas páginas do livro, e serao a tônica desta história que combina um clima de suspense com boas doses de humor, resultando num relato repleto de vivacidade e coloquialismo
Vieltchâninov é retratado com um grande números de detalhes, enquanto trussótzki, ao contrário, é visto sempre de fora por meio dos olhos do amante
De modo análogo, é a relaçao deste com aquele é que fornece a matriz da história
O eterno marido é marcado por elementos tipicamente russos, nao deixando, porém, de tratar de temas universais e abrangentes, como é característico do autor
Comparecem também outros motivos freqüentes do universo dostoievskiano, como a criança sofredora, o bufao trágico, e o homem do subsolo.