Estas páginas, inéditas em seus livros, representam anos de atividade literária, em cuidadosa seleçao do próprio autor
O livro se abre com o agradecimento ao prêmio machado de assis pelo conjunto de obra, que lhe concedeu a academia brasileira de letras, em 1999
Remonta entao ao início de sua carreira: uma crônica "o caçador de borboletas" (escrita aos 15 anos de idade) para a revista alterosas de belo horizonte, sobre sua conversa com um passarinho
Pouco depois publica uma crítica entusiástica do romance de john steinbeck "vinhas da ira", em o diário, jornal mineiro de orientaçao católica, que a distinguiu com a seguinte advertência: "a margem do brilhante artigo de nosso colaborador fernando tavares sabino, temos a acrescentar que leitura de "vidas da ira" deve reservar-se a adultos de caráter formado, e ser vedado a senhorinhas adolescentes." o autor do "brilhante artigo" tinha 16 anos
Nao satisfeito, o jovem tavares sabino logo em seguida denunciava de maneira irrefutável ao brasil e ao mundo que o grande "best seller" americano do momento, "rebecca" de daphne du maurier, era um plágio do romance brasileiro "a sucessora" de carolina nabuco
Por esta época enaltecia em seguidos artigos os romances de octavio de faria, idolo de sua mocidade
Segue-se emocionada resposta à carta de mário de andrade sobre seu primeiro livro, aos 18 anos
Como participante da delegaçao mineira no congresso de escritores em sao paulo, descobre que o escritor edgar cavalheiro era um cavalheiro
Já no rio, dá-se uma descoberta mais séria: a de clarice lispector, de quem se torna amigo para sempre (a partir do reconhecimento de sua importância literária num artigo sobre o romance "o lustre")
Relembra os tempos idos e vividos em nova york: suas aventuras e desventuras como fotógrafo amador, suas travessuras com vinícius de moraes e jayme ovalle, pintando e bordando com os pintores salvador dali, noêmia, lazar segall
Recolhe sensacionais revelaçoes sobre o que frank sinatra pensava das mulheres (e tantos outros homens continuam pensando)
Depois de mil peripécias, encerra a temporada americana com os dois unicos poemas que jamais escreveu na vida
"sinopse do tempo" e "o poeta, bêbado, faz pipi"
Passa a uma série de crônicas sobre assuntos de rua ou de alcova no rio
Transcreve algumas das suas emocionantes recriaçoes literárias de acontecimentos policiais do dia, publicados no diário carioca na série "o destino de cada um", sob o pseudônimo "pedro garcia toledo"
Faz a descriçao empolgante de sua viagem de carro com millôr fernandes durante quarenta e tantos dias pelo brasil abaixo, do rio a porto alegre
(e como vieram a ser "fundadores" da cidade de toledo, no interior do paraná)
Descreve a primeira viagem a vários país da europa, e como foi proibido de reentrar em portugal depois de haver escrito sobre a ditadura de salazar
Fala com minúcias sobre suas peripécias em cuba, em viagem com jânio quadros, seus entendimentos com guevara e desentendimentos com fidel castro, de quem foi furtado o revólver em plena recepçao na embaixada brasileira
Sua experiência da vida em londres durante dois anos e tanto como jornalista e adido cultural rendeu-lhe uma série de crônicas sobre o "sucesso" do brasil na copa do mundo de 1966, por exemplo
Em compensaçao, sobre grandes figuras como laurence olivier, de quem conseguiu um valioso ingresso para carlos lacerda ir assistir ao seu "othello" (acabou nao indo), o encontro com o pintor miró, a vinda da rainha ao brasil, a vitoriosa rainha brasileira do tênis maria ester bueno, a morte de churchill e do poeta dylan thomas, os beatles na intimidade - e por aí afora
De volta ao brasil, reproduz o impressionante que lhe deu um jovem torturado pela polícia da ditadura, entao reinante entre nós
A partir de entao, narra seus encontros marcados com grandes figuras como ary barroso e chico buarque, odete lara e márcia haydée, erasmo e roberto carlos, nilton santos e tostao, pancetti e calasans neto, maria