Neste livro discutem-se cinco questoes, cada uma num capítulo, com o propósito de incitar debates sobre os grandes desafios ambientais, sociais e econômicos que envolvem o desenvolvimento da amazônia: 1
Amazônia, conceito polissêmico?; 2
Amazônia vazio demográfico?; 3
Amazônia, terra incógnita?; 4
Migraçao internacional, nova descoberta da amazônia?; 5
Há futuro para o desenvolvimento sustentável na amazônia? esses questionamentos, argumenta o autor, "alicerçam-se na premissa de que o conhecimento da regiao é condiçao essencial para alcançar o desenvolvimento socialmente includente, ecologicamente sustentável e economicamente sustentado" (p
286).na discussao dessas questoes vários temas sao tratados, destacando-se: a conservaçao da biodiversidade, o desmatamento, os povos tradicionais, a socioeconomia, a demografia, a energia, a mineraçao, a agua, a cooperaçao internacional e a migraçao
Analisar a formaçao histórica da amazônia, uma regiao extremamente heterogênea de mais de 7,5 milhoes de quilômetros quadrados e mais de 35 milhoes de pessoas, compartilhada por nove países (bolívia, brasil, colômbia, equador, guiana, peru, suriname, venezuela e frança/guiana francesa) nao é nada fácil
Contudo, o autor consegue superar entre outras limitaçoes a falta de dados padronizados, a diversidade de definiçoes, os diferentes interesses políticos e econômicos com que é vista a regiao pelos diversos países e os períodos divergentes que acompanham a história de cada país.o primeiro capítulo, "amazônia, conceito polissêmico?", aborda a invençao e reinvençao da amazônia conforme as circunstâncias e os interesses que ela desperta
Analisam-se as controvérsias relacionadas com as diferentes formas de definir fisicamente a amazônia, discute-se a amazônia como uma area de intervençao, e debate-se a visao da amazônia como uma marca para fidelizar consumidores
Conclui-se que a amazônia converteu-se, por isso, num conceito polissêmico com múltiplos significados que servem propósitos diversos.o segundo capítulo trata da questao: "amazônia, vazio demográfico?"
Para o autor, "o mito do vazio amazônico é a visao do conquistador, que vê a regiao como uma terra de ninguém e sem ninguém, pronta para ser ocupada e apropriada" (p
54)
Essa visao permite a negaçao do homem amazônico e de sua cultura; o homem torna-se invisível, e, portanto, nada ou pouco representa
O atraso que vive a amazônia em relaçao às outras regioes dos países que têm territórios na regiao é reflexo dessa concepçao, que considera a regiao como a grande reserva de recursos naturais para alavancar o progresso dos países, sem dar valor ou potenciaçao ao conhecimento, às práticas, e às capacidades ali presentes.conclui-se que na amazônia se processa uma intensa dinâmica demográfica onde se vivem piores condiçoes de vida em relaçao aos respectivos países, fruto da exploraçao da regiao como simples fornecedora de matérias-primas, do pouco atendimento às necessidades de sua populaçao, e da percepçao da regiao como válvula de escape dos problemas nacionais.o terceiro capítulo é o mais extenso
Discute-se a questao: "amazônia, terra incógnita?"
De forma metafórica, o autor utiliza esse termo para analisar a história da amazônia a partir do contato europeu e suas principais transformaçoes demográficas e espaciais ocorridas em cada país
Aragón buscou demonstrar que a regiao sempre foi vista como area de exploraçao e de ocupaçao, que era necessário integrar ao domínio das potências ou países que a disputaram, desconhecendo-se suas próprias potencialidades de desenvolvimento
E que ela é ainda vista como uma area distante, uma fronteira de recursos, um eldorado, cujas riquezas fabulosas estariam à espera de sua exploraçao
E que sobre esse mito baseiam-se as políticas de desenvolvimento, resultando em constantes conflitos violentos.o quarto capítulo, "migraçao internacional, nova descoberta da amazônia?", revela a importância que a migraçao internacional vem desempenhando na regiao