O nobel de economia amartya sen nunca se contentou com os limites convencionais da ciência econômica
A chamada "economia do desenvolvimento", surgida nos anos 1950 como um ramo de estudo em separado, preocupava-se com os meios para promover o crescimento da renda per capita
Acreditava-se numa relaçao diretamente proporcional entre renda, consumo e satisfaçao
Ele tem contribuído bastante para refutar as falsas hipóteses que sustentam essa crença aparentemente inócua
Sen construiu sua visao alternativa apoiado na convicçao de que a promoçao do bem-estar (o que se quer afinal com o desenvolvimento) deve orientar-se por uma resposta adequada à pergunta ética por excelência: onde está o valor próprio da vida humana? na vida de qualquer pessoa, certas coisas sao valiosas por si mesmas, como estar livre de doenças evitáveis, escapar da morte prematura, estar bem alimentado, ser capaz de agir como membro de uma comunidade, agir livremente e nao ser dominado pelas circunstâncias, ter oportunidade para desenvolver suas potencialidades
Há muitos males sociais que privam as pessoas de viverem minimamente bem: a pobreza extrema, a fome coletiva, a subnutriçao, a destituiçao e a marginalizaçao sociais, a privaçao de direitos básicos, a carência de oportunidades, a opressao e a insegurança econômica, política e social
Eles compartilham, diagnostica sen, uma mesma natureza: sao variedades de privaçao de liberdade
Desenvolvimento como liberdade é uma síntese - escrita com bastante clareza e para leitores nao especialistas - das vantagens teóricas e práticas de uma ideia radical: o desenvolvimento é essencialmente um processo de expansao das liberdades reais que as pessoas desfrutam.trata-se de um livro fundamental para entender, sob angulos nao convencionais, a situaçao econômica e social de países pobres ou em desenvolvimento, como o brasil, bastante presente nas análises de sen, que ilustra suas ideias com um grande número de surpreendentes e esclarecedores dados comparativos entre os diversos países.