Fonchito e a lua é o primeiro livro infantil do autor peruano e vencedor do prêmio nobel de literatura em 2010, mario vargas llosa
Originalmente, a publicaçao faz parte do projeto da alfaguara espanhola de publicar os grandes nomes da literatura do país para crianças menores de dez anos
Convidado pelo autor e idealizador do projeto, arturo perez reverte, vargas llosa conta que escrever um livro infantil "foi a realizaçao de um sonho muito antigo, de um projeto que estava abandonado e que há muito gostaria de ter retomado"
Vargas llosa explica que até entao nao havia se aventurado na literatura infantil por nao ter encontrado uma história em que realmente acreditasse
"é muito mais difícil escrever para crianças do que para adultos
E eu acredito numa necessidade urgente de projetos que fomentem a literatura para os pequenos, uma vez que, possivelmente, é essa a unica saída para evitar o empobrecimento das próximas geraçoes"
No livro, o pequeno fonchito morre de vontade dar um beijinho no rosto de nereida, a menina mais bonita da escola
Mas como nem tudo é tao simples, nereida só aceitará o carinho se fonchito puder lhe trazer, nada mais nada menos, do que a lua! em lima, capital peruana onde se passa a história, a lua aparece muito pouco já que o céu quase sempre está nublado
Mas como nada é impossível, no terraço de sua própria casa, numa noite de sorte, fonchito descobrirá uma maneira de conseguir o que tanto queria
Segundo perez-reverte, a ideia é falar para as crianças sem infantilizar a linguagem e a narrativa, trazendo à tona temas até entao pouco representados nesse gênero
"sao valores como o carinho, o envolvimento amoroso entre os meninos e as meninas, a violência, a guerra, a valentia, a astúcia"
Para vargas llosa, mais importante é fazer com que as novas geraçoes nao renunciem a literatura
"que a literatura pode desaparecer, que pode terminar confinada às minorias, todos sabemos
Essa perspectiva seria um retrocesso absurdo para a cultura de todas as sociedades
Somente com a boa literatura adquirimos a sensibilidade, o poder imaginativo, aprendemos a confrontar nossos desejos e anseios e, fundamentalmente, a formar um espírito crítico sobre o mundo em que vivemos e estamos construindo".