Durante as décadas de 50 e 60, quando françois truffaut idealizou e realizou a série de entrevistas que resultariam neste livro, alfred hitchcock (1899-1980) era visto - sobretudo nos estados unidos - como um cineasta mediano e comercial
No entanto, para truffaut - e para os jovens diretores e críticos franceses da revista cahiers du cinéma -, hitchcock estava entre os maiores cineastas de todos os tempos, ao lado de nomes como jean renoir, federico fellini, ingmar bergman e luis buñuel
Com o objetivo de modificar a opiniao dos críticos americanos - e com o imperioso desejo de "consultar o oráculo" -, truffaut propôs ao diretor inglês que respondesse quinhentas perguntas sobre sua obra e carreira
Nesta extensa conversa, hitchcock comenta detalhadamente sua produçao, desde os primeiros filmes mudos feitos na inglaterra até os coloridos e sonoros de hollywood, falando sobre a concepçao de cada obra, a elaboraçao do roteiro, as circunstâncias, as inovaçoes e os problemas técnicos, a relaçao com os atores
O diálogo entre os dois diretores permite ao leitor acompanhar nao apenas a evoluçao da obra do cineasta inglês, mas a própria história do cinema
Lançada em 1967, a primeira ediçao de hitchcock/truffaut contemplava a produçao de hitchcock até cortina rasgada, seu qüinquagésimo filme
Para a ediçao definitiva, de 1983, truffaut acrescentou um capítulo com os ultimos anos e filmes do cineasta - feito com base na correspondência trocada entre eles
Hitchcock/truffaut foi publicado pela primeira vez no brasil nos anos 80, e logo passou a ser disputado em sebos e bibliotecas
Com nova traduçao e projeto gráfico, centenas de imagens e um prefácio inédito do crítico e professor ismail xavier, a presente ediçao é um documento unico da história do cinema.