Quando fernando bonassi terminou de escrever luxúria, a ascensao da nova classe c parecia anunciar um futuro de plena prosperidade no brasil e a crise do abastecimento de agua nas metrópoles do país soaria como ficçao
Agora, no entanto, esta fábula contemporânea, sobre uma família comum, com ambiçoes comuns, mas cujas escolhas aos poucos a leva a um cenário apocalíptico, parece anunciar os impasses desse brasil em que progresso significa consumo
Inebriados pelo crédito fácil neste "momento histórico de prosperidade", como alardeiam as propagandas do governo, a família de um metalúrgico - que mora em uma casa financiada, com carro financiado e eletrodomésticos financiados - decide construir uma piscina no quintal de casa
Porém, como afirma um dos personagens, "há tempos a agua nao significa pureza: é a mae de todas as guerras", e essa decisao aparentemente banal vai expor as bases instáveis em que se assenta a normalidade da classe média, num equilíbrio fraco entre a pobreza e o bem-estar, entre a família feliz e a tragédia
-roteirista, dramaturgo e escritor, fernando bonassi teve mais de vinte obras publicadas, entre elas subúrbio, passaporte e declaraçao universal do moleque invocado
-é autor dos roteiros dos filmes os matadores (direçao de beto brant); estaçao carandiru (direçao de hector babenco) e cazuza - o tempo nao para (direçao de sandra werneck e walter carvalho), e das peças apocalipse 1,11 (em colaboraçao com o teatro da vertigem) e arena conta danton (com direçao de cibele forjaz)
Entre 2008 e 2014, em parceria com marçal aquino, criou e escreveu os seriados força-tarefa e o caçador, para a rede globo
Imagens meramente ilustrativas.