Isaac bashevis singer certa vez afirmou, relembrando sua infância numa família de rabinos: "em nossa casa, as questoes mais urgentes eram as eternas"
Sem vocaçao religiosa, ele buscou na literatura o mesmo sentido de urgência e eternidade
Seus temas favoritos - a vida à mercê dos caprichos e das iras de deus e do destino, a insuficiência da razao humana, a inclinaçao dos semelhantes para o mal, a leviandade das paixoes e a traiçao - estao no cerne de uma trajetória literária marcada pela defesa incondicional do iídiche como língua da cultura do povo judeu, ao lado do hebraico
Nos vinte contos de a morte de matusalém, o universo ancestral do judaísmo no leste europeu contrapoe-se ao desenraizamento das comunidades de imigrantes judeus nos estados unidos
Por meio de conexoes sutis, lugarejos perdidos no interior da polônia conduzem às ruas de nova york, onde desconhecidos compartilham as histórias de seus tormentos e desilusoes amorosas em meio ao alarido dos cafés
O escritor retrata a vida de personagens desencantados com os caprichos de deus e às voltas com os transtornos do amor, sem esperança de amparo divino
Por outro lado, textos como o judeu da babilônia reconstituem o universo fantástico das histórias recolhidas nos textos sagrados e nos recantos da memória coletiva
Esta ediçao integra a coleçao 25 anos da companhia das letras - prêmio nobel
Sobre o autor: isaac bashevis singer: nasceu na polônia, em 1902
Seus contos e romances lhe deram fama internacional e foram adaptados para o teatro e o cinema
Em 1978, ganhou o prêmio nobel de literatura
Morreu em miami, em 1991
Traduçao: alexandre hubner