Sessenta anos após sua morte, george orwell continua a despertar paixões e controvérsias
Adversários e admiradores do escritor ainda se digladiam nas páginas da crítica produzida em torno de seu legado intelectual, reivindicando para os respectivos partidos ideológicos os aspectos mais convenientes da vida e da obra do autor - ou denunciando os supostos deslizes éticos de suas opções políticas, caracterizadas por uma coerente defesa da liberdade e do arbítrio democrático dos povos. em a vitória de orwell, christopher hit- chens, um dos mais influentes escritores e polemistas da atualidade, se dedica à desconstrução das mitologias montadas em torno da vida e da obra de orwell
Visões sudetos à alemanha nazista e deu vazão aos delírios imperiais de hitler. na parte talvez mais surpreendente do livro, baker procura também entender como o povo alemão aceitou placidamente um governo insano
Ao contrário da suposta adesão em massa ao nazismo, sobrepõem- se citações mostrando que grande parcela da população alemã não acreditava realmente na radicalização do regime (incluindo judeus de destaque, como banqueiros, grandes empresários e até albert einstein), e caiu nas trevas antes por embotamento do que por identidade de opiniões, ou mesmo submissão forçada. nicholson baker (1957) é romancista e ensaísta
Fumaça humana é seu terceiro livro publicado no brasil. à esquerda e à direita, bem como interpretações psicanalíticas e sociológicas, são implacavelmente confrontadas com documentação biográfica
Os numerosos textos publicados ao longo da sua carreira de pensador engajado e literato militante são revisitados por hitchens em cotejo com as cartas e diários do autor, estabelecendo um roteiro crítico indispensável para a compreensão do pensamento orwelliano.