A obra comeca pela analise dos sujeitos revolucionarios, os atores da revolucao, que careciam de qualquer experiencia pratica em assuntos de governo
Os representantes do povo nao entendiam de legislacao, e eram, muitas vezes, individuos rudes e despreparados para o poder, o que gerava abusos e comprometia a ideia de soberania popular
Nesse sentido, a revolucao nao encarnaria os valores da liberdade, e sim os valores do poder
Defensor do ethos classico-cristao, o pensador irlandes advogava uma especie de commonwealth crista e europeia, da qual a franca jacobina se apartara; nessa linha, chega a defender o apoio do governo britanico a causa contra-revolucionaria francesa
Edmund burke procura denunciar o espirito voluntarista da constituicao francesa, fundada num individualismo igualitario abstrato
Com isso, pretende sublinhar o abismo existente entre o reformismo a inglesa e o espirito absolutista da revolucao francesa; para ele, tratava-se de um fenomeno novo, que nao podia ser comparado a revolucao inglesa de 1688, esta sim capaz de provocar uma mudanca dinastica e constitucional ponderada e limitada
Burke se filia assim a longa linhagem que inclui bernard mandeville e adam smith, na qual esta a genese do pensamento economico e liberal ingles
Para o autor, a sociedade humana desenvolve-se nao tanto por intermedio da atividade racional do homem, mas, sobretudo, por meio de sentimentos, habitos, emocoes, convencoes e tradicoes, sem as quais ela desaparece, coisas que o olhar racional e incapaz de vislumbrar
Um racionalismo impaciente e agressivo, que se volta contra a ordem social, acaba destruindo tanto as mas como as boas instituicoes
Burke objetiva defender, assim, a ideia da limitacao da razao em face da complexidade das coisas, propondo que, diante da fragilidade da razao humana, a humanidade deve proceder com respeito para com a obra dos seus antecessores, em prol do desenvolvimento social.