Em a rosa de sarajevo, margaret mazzantini entretece a conturbada história das ultimas duas décadas e a narrativa de uma intimidade desarmante, em que ovulos e hormônios dividem espaço ficcional com os afetos, a convulsao política e a nostalgia o libertário poeta bósnio gojko, a metódica italiana gemma e seu grande amor, o fotógrafo diego, encontram-se pela primeira vez na antiga iugoslávia na metade da década de 1980
Parecia impossível, a poucos anos da onda de mudanças que poria um ponto final aos regimes comunistas do leste europeu, enxergar a ciranda de violência e convulsao política que ocuparia sarajevo entre 1992 e 1995
Mas foi exatamente isso o que aconteceu
No plano pessoal, gemma e diego travam sua própria batalha
Nao conseguindo ter um filho, perambulam entre clínicas de fertilidade e barrigas de aluguel
Até que diego retorna a sarajevo no auge da barbaridade da guerra, quando atiradores disparavam contra civis indefesos apenas por diversao
Seu gesto, que num primeiro momento poderia soar como tresloucado, transforma para sempre a sua biografia e a de gemma
Mais de uma década depois, casada com o militar giuliano e com uma vida inteiramente diversa, gemma desembarca em sarajevo com seu filho adolescente
Diego está morto, a guerra ainda expoe suas cicatrizes pela cidade, gojko também está mudado
Mas o passado insiste em reaparecer neste romance surpreendente em que os amores, a intimidade e os acontecimentos mundiais sao observados com lirismo e expostos com notável energia narrativa
Sobre a autora: margaret mazzantini (1961) é atriz e escritora
Em 2002, ganhou o prestigiado prêmio strega pelo romance nao se mexa (publicado pela companhia das letras), cuja adaptaçao para o cinema foi estrelada por penélope cruz traduçao: federico carotti