Morando numa cidade turística fora de temporada, izabel passa a conviver com a populaçao local, o que trará consequências drásticas para todos
Quando izabel voltou a passar seus fins de semana em araras, a casa da família estava praticamente abandonada
Desde a morte do avô, izabel e sua mae pouco se interessaram pelo lugar
A mae, inclusive, sempre achou que a casa precisava ser vendida
Nas duas ultimas décadas, a regiao serrana do rio de janeiro se convertera num veraneio para ricos e famosos, e pouco lembrava a araras de antigamente, com seus sítios e chácaras familiares
O terreno, hipervalorizado como tudo no estado do rio, acertaria de vez a vida das duas
O que poderia vir a calhar, principalmente para izabel, que vem descobrindo na pele as agruras de trabalhar como freelancer
Entre pagamentos atrasados e a escassez generalizada de serviços, pouco resta a ela senao distrair a cabeça na casa de araras
E um fim de semana na serra logo vira outro e outro e outro
Aos poucos, o ar de abandono vai dando lugar a uma casa viva, como se aquelas ruínas estivessem sendo reconstruídas pela memória de izabel
Sem perceber, ela se vê praticamente morando na serra
Como ocorre em todo ponto turístico, araras é feita de duas cidades
Na temporada, vicejam as lojinhas e restaurantes, as ruas coalhadas de gente
Durante a semana, sao os moradores que ocupam a praça, a sorveteria e as igrejas, que parecem brotar do chao
E é justamente essa segunda cidade que atrairá izabel
O gerente da lan house, cheio de grandes aspiraçoes profissionais, ou sua irma, eternamente envolvida com a complexa cultura evangélica da regiao
Ou ainda o amigo do rio, que pretende instaurar um polo tecnológico ao lado de araras
Ou a amiga casada, que vai pra debaixo dos seus lençóis
No cruzamento dessas vidas, simone campos constrói peça a peça uma trama de alta voltagem sexual, um retrato de geraçao ao mesmo tempo acido e delicado, violento e bucólico
Imagem meramente ilustrativa.