Um dos mais polêmicos pensadores da frança, luc ferry apresenta o essencial da filosofia em linguagem acessível para leigos, mostrando como a sabedoria pode ser o caminho para uma vida melhor
O que é a filosofia? para que ela serve? durante uma viagem de férias, amigos propuseram ao ex-ministro de educaçao da frança luc ferry que improvisasse um curso no qual respondesse a estas perguntas de forma clara e acessível para pais e filhos leigos no assunto
Sem tempo de recorrer a nenhuma bibliografia, o filósofo viu-se obrigado a ir diretamente ao essencial, sem utilizar palavras complicadas, citaçoes eruditas ou teorias desconhecidas dos ouvintes
No decorrer das aulas, ferry percebeu que nao existia nas livrarias nada equivalente ao curso que estava construindo
Resultado daquelas reunioes amigáveis, aprender a viver é voltado para dois públicos: adultos que querem entender a filosofia, mas que nao necessariamente pretendem se tornar experts no assunto; e jovens que desejam estudá-la a fundo, e procuram um bom embasamento
Apesar de ser uma iniciaçao à filosofia, este livro de ferry nao abre mao da riqueza e da profundidade das idéias filosóficas, oferecendo muito mais que uma leitura superficial de textos fundamentais para o entendimento do mundo como pré-requisito para uma vida melhor
Diz o autor: "há na filosofia elementos para vencermos os medos que paralisam a vida, e é um erro acreditar que a psicologia poderia, nos dias de hoje, substituí-la
Aprender a viver, aprender a nao mais temer em vao as diferentes faces da morte, ou, simplesmente, a superar a banalidade da vida cotidiana, o tédio, o tempo que passa, já era o principal objetivo das escolas da antigüidade grega"
Para ensinar a viver melhor, ferry parte justamente do tema que contraria a vida: a morte
Segundo ele, a necessidade de ser eterno, o medo da finitude e a angústia que ela nos causa sao a razao central de todo o sofrimento humano
"é o medo da morte que nos impede de viver bem", introduz o autor, ao citar o colega montaigne: "filosofar é aprender a morrer"
A morte, observa o professor, está longe de se resumir ao simples fim da vida biológica do homem: "como na metáfora usada pelo corvo de edgar allan poe, que vivia a repetir "nunca mais", ela se refere a tudo que remete à ordem do irreversível, como um casamento, um namoro, uma casa ou um emprego perdidos para sempre", exemplifica ele...