Neste livro notável, benedict anderson sai a campo para desfazer boa parte dos lugares-comuns a respeito do nacionalismo: longe de se confundir com o racismo ou o fascismo, longe de ser uma síndrome quase patológica, que faz má figura num mundo marcado pelas promessas da globalizaçao, o sentimento nacional tem uma história bem precisa, rica e contraditória
Como marxista de formaçao e dono de um olhar escolado na observaçao dos conflitos coloniais no sudeste asiático, anderson volta-se menos para a instituiçao dos estados nacionais e mais para a ascensao do sentimento nacional
Daí a noçao de comunidades imaginadas "e nao meramente imaginárias", porque mais do que simplesmente denunciar-lhe as limitaçoes, anderson quer examinar como o nacionalismo capta e expressa anseios, esperanças e preconceitos nascidos no calor da vida social
Comunidades imaginadas é ainda um livro pioneiro pelo recurso a ideias de várias disciplinas acadêmicas "da filosofia da história de walter benjamin à antropologia de victor turner, passando pela crítica literária de erich auerbach", que frutificam num modelo em que o moderno sentimento nacional se vincula a fenômenos tao aparentemente díspares quanto a luta de classes, a ascensao das línguas vernáculas e do romance, o fim dos impérios coloniais e a emergência da impressao e da imprensa modernas
Publicado originalmente em 1983, comunidades imaginadas logo se tornou um estudo clássico sobre o nacionalismo
Com erudiçao histórica e fôlego polêmico, anderson estuda a emergência do sentimento nacional na era moderna e indaga suas perspectivas numa época de globalizaçao crescente.