Matt haig engenhosamente reinventa um clássico com mais de 400 anos
E o transforma em uma fábula atual, habitada por crianças, garçonetes e mecânicos
Engraçado, triste e sombrio, sociedade dos pais mortos confirma haig como um dos mais talentosos escritores de sua geraçao
Aqui, ele organiza pensamentos e palavras com uma riqueza de detalhes, criando um narrador que é o ponto alto do romance: um hamlet versao mirim
O universo dos adultos pelos olhos desse pre-adolescente mantém uma qualidade sombria
Ainda é a história do atormentado príncipe da dinamarca, talvez mais perturbadora sob a otica adolescente
A honestidade e inocência do romance brilha com pungência em cada diálogo
Enquanto nosso herói navega as turbulentas aguas da retribuiçao, vingança, morte e culpa - dividido entre um fantasma egoísta e sua tola mae - em direçao a um final surpreendente e shakespeareano
Depois do pai ser morto em um acidente de carro, o menino philip noble, 11 anos, e sua mae enlouquecem com a dor
Mas por sorte podem contar com tio alan para os consolar e ajudar na administraçao do pub da família
O problema é que o fantasma do falecido parece para seu filho e informa que sua partida nao foi um acidente
Foi o seu próprio irmao, alan, que mexeu nos freios
Aparentemente, alan, segundo a versao do ectoplasma, tem os olhos no pub e na viúva
Como foi assassinado, o pai de philip nao pode descansar em paz até o caso ser vingado por seu filho
A vendeta deve ser levada a cabo até seu aniversário, ou ele será condenado à sociedade dos pais mortos, e a assombrar o estacionamento do pub por toda a eternidade
Apesar da fonte shakespeareana, o livro é tao original que é interessante buscar os paralelos
Haig explora os detalhes com grande imaginaçao, uma brilhante e original releitura de um clássico.