O despertar da curiosidade infantil
"se prestarmos bastante atençao, constataremos que as crianças pequenas possuem um instinto de curiosidade realmente admirável e surpreendente diante as coisas pequenas, os detalhes que fazem parte do cotidiano, o barulho que faz o papel de embalagem de um presente, a espuma de banho que fica colado em seus dedinhos..
Esse instinto de curiosidade da criança é o que a leva a descobrir o mundo
É a motivaçao interna da criança, sua estimulaçao precoce natural..
Apenas temos que acompanhar a criança, proporcionando-lhe um ambiente favorável para o descobrimento.", descreve a autora catherine lecuyer
A ediçao brasileira do livro educar na curiosidade, de catherine lecuyer, chega ao país pela ediçoes fons sapientiae, novo selo editorial da distribuidora loyola
Destinado a pais e educadores, a obra recupera ideias sobre a educaçao que acolhe, aceita a criança tal como ela é e cria oportunidades para que ela se desenvolva como protagonista de sua educaçao
Em sua apresentaçao original educar em el asombro encontra-se em 16ª ediçao na espanha, já com publicaçoes na itália e coreia
A autora canadense, que hoje reside na espanha é advogada, pós-graduada pelo iese, business school e europeu oficial de pesquisa
Atualmente escreve e realiza palestras sobre temas educacionais
Em 2014 seu artigo "the wonder approach to learning" foi publicado na prestigiosa revista suíça, frontiers in human neuroscience, transformando a proposta de educar na curiosidade em uma nova teoria de aprendizagem
"neste livro, catherine lecuyer, apoia-se em pensadores de diferentes tempos, desde a antiguidade, para propor uma educaçao que se desenvolve por meio da curiosidade (em espanhol, asombro), relacionado-se com a admiraçao, a descoberta, o espanto e o assombro em alusao aos conceitos tratados por tomás de aquino, platao, chesterton e joao paulo ii
A autora reconhece a criança como um ser que tem necessidades básicas e ritmos próprios, autora de sua história, protagonista de sua biografia", descreve a profª drª maria elizabeth b
Almeida, em seu prefácio à ediçao brasileira
"mamae, por que nao chove pra cima?", "por que as abelhas nao fabricam doce de leite?", "por que as formigas nao sao preguiçosas?"
Segundo a autora estas perguntas costumam incomodar por várias razoes, entre elas: nao há tempo a perder com tais coisas ou mesmo por nao serem perguntas uteis
"quando nossos filhos nos bombardeiam com perguntas que nos parecem ilógicas, nao pedem e nem reivindicam uma resposta
Nao querem mudar a ordem estabelecida das coisas
É a maneira de eles admirarem-se diante de uma realidade que é, mas..
Que simplesmente poderia nao ter sido
Platao dizia que o espanto é o principio da filosofia
De modo que, quando essas perguntas impossíveis surgem nas cabecinhas dos nosso filhos, é porque estao filosofando! as crianças filosofam, encantam-se diante de qualquer realidade, pelo mero fato de que seja, e se surpreendem diante de cada uma das modalidades do ser ou das leis naturais do nosso mundo." "quando nossos filhos olham pela fechadura de longe, só podem apreciar um tímido raio de luz
À medida que se aproximam da porta, o que veem cresce, até que, algum dia, com a testa apoiada na fechadura, estarao contemplando a beleza do universo
Educar na curiosidade é uma filosofia de vida, uma forma de ver o mundo que amplia os horizontes da razao porque se nega a permanecer no minimalismo da vulgaridade." nos fala catherine lecuyer
Educar na curiosidade é repensar a aprendizagem como uma viagem que nasce no interior da pessoa, uma aventura maravilhosa facilitada por um pensamento profundo que reivindica a natureza da criança, como o respeito pela sua inocência, seu ritmo, seu senso de mistério e sua sede de beleza
Livro incômodo e oportuno, sua presença é agradecida nas estantes mais propensas ao convencionalismo
Imagens meramente ilustrativas
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