Em a estrela da manha, michael löwy aborda a filosofia política do surrealismo e sua ligaçao com o marxismo
A adesao dos surrealistas ao materialismo histórico, sobretudo a partir da obra de andré breton, marcou profundamente a história e o posicionamento político do movimento, que, desde seu nascimento, é caracterizado por forte sensibilidade libertária.para löwy, no terreno propriamente político, o surrealismo conseguiu, por meio de uma operaçao alquímica, fundir a revolta e a revoluçao, o comunismo e a liberdade, a utopia e a dialética, a açao e o sonho
Se pensadores como pierre naville, josé carlos mariategui, walter benjamin e guy debord, debatidos no livro, ficaram fascinados pelo movimento, é porque compreenderam que ele a a mais alta expressao do romantismo revolucionário do século xx
O surrealismo nao é uma escola literária ou um grupo de artistas; é um movimento de revolta do espírito e uma tentativa eminentemente subversiva de reencantamento do mundo, isto é, de restabelecer no coraçao da vida humana os momentos 'encantados' apagados pela civilizaçao burguesa.publicado originalmente em francês em 2000, a estrela da manha teve uma primeira ediçao brasileira esgotada
Nesta lançada agora, pela boitempo, o leitor encontrará, além da traduçao revisada e atualizada dois oito ensaios originais, um novo prefácio e mais um artigo, de 2011, sobre os vínculos do movimento surrealista francês com o marxismo e das vanguardas artísticas e estéticas com os movimentos revolucionários de esquerda
O apêndice, 'notas acerca do movimento surrealista no brasil', do artista e pensador surrealista sergio lima, texto essencial para quem quer acompanhar as manifestaçoes desse movimento no país até hoje, também foi revisado e atualizado
O livro traz ainda diversas ilustraçoes e um glossário.