Em iracema, josé de alencar criou uma explicação poética para as origens de sua terra natal, daí o subtítulo da obra - lenda do ceará
A virgem dos lábios de mel tornou-se símbolo do ceará, e seu filho, moacir, nascido de seus amores com o colonizador português martim, representa o primeiro cearense, fruto da união das duas raças
A obra mescla elementos históricos e fictícios
O guerreiro português martim soares moreno é figura histórica e seu nome está ligado à colonização daquela região
Seu amigo índio poti também existiu realmente; depois de batizado, recebeu o nome de felipe camarão
Já a heroína da história, a índia tabajara iracema, é fruto da imaginação do autor
O nome iracema, porém, não parece tão gratuito
Foi criado por alencar e é um anagrama de américa (mudando-se um pouco a ordem das letras, temos o nome do novo continente)
Por isso, iracema pode ser vista como uma representação simbólica da américa virgem e inexplorada, conquistada pelo colonizador branco (martim) e de quem tem um filho
Misturando, portanto, elementos históricos e ficcionais, alencar criou a história de amor entre iracema, a virgem tabajara consagrada a tupã, e martim, um guerreiro branco inimigo dos tabajaras
Martim é duplamente proibido para iracema: primeiro, porque ela é consagrada a tupã e deve permanecer virgem; segundo, porque ele é um inimigo de sua gente
Mas a força do amor é irresistível e iracema se apaixona pelo inimigo e, por ele, abandona sua tribo e o acompanha
Algum tempo depois, iracema percebe que martim não é mais o mesmo, parece distante, melancólico
Ela sente que ele tem saudades de sua terra, talvez até de alguma outra mulher branca
Iracema começa a sofrer
Grávida, tem um filho, moacir (que em português significa "nascido do meu sofrimento"), enquanto martim está ausente, lutando em outras regiões
Quando ele regressa, iracema está muito doente e fraca
Martim cerca-a de carinhos, mas em vão, iracema não se recupera e morre
Martim, desconsolado, parte com o filho pequeno.