Consumido um dos mais respeitados cientistas políticos contemporâneos, o americano benjamin r
Barber devotou grande parte de sua vida a estudar os efeitos do mercado de consumo nos indivíduos e na sociedade em geral
No best seller jihad x mcmundo, ele apresentou uma análise precisa e esclarecedora das tensoes entre o capitalismo de consumo e o fundamentalismo religioso
Nesta perspicaz sequência, barber retorna a um território familiar e aos conflituosos modelos de civilizaçao expostos em seu trabalho anterior
Consumido oferece aos leitores um retrato arrebatador de como consumidores adultos sao infantilizados por uma economia global voltada para crianças que produz exageradamente, em um mercado onde nao há compradores suficientes
Neste provocativo estudo sobre democracia e capitalismo, barber mostra como o etos infantilista nao apenas busca transformar os jovens em consumidores agressivos, como influenciar o desenvolvimento psicológico dos adultos, incentivando-os a entregar-se a compras pueris e narcisistas, baseadas em tolas lealdades a marcas
Ele atenta para o fato de que essa induçao totalitária priva a sociedade de cidadaos responsáveis e substitui bens públicos por mercadorias privadas
A tradicional sociedade democrática liberal é colonizada por uma imposiçao generalizada do mercado; o espaço público é privatizado; a identidade é transformada numa marca comercial; o nosso mundo, homogeneizado
Para explicar como e por que esse cenário se formou, o autor se mune de uma extensa pesquisa empírica, unida a um original sistema teórico para entender nossa situaçao atual
Barber argumenta que o consumismo se apresenta como uma forma tardia do capitalismo, inicialmente um sistema de produçao de bens uteis à populaçao
O autor considera que a desigualdade global separou o planeta em dois tipos de potenciais consumidores: o pobre do país em desenvolvimento, com muitas necessidades, mas sem meios de satisfazê-las; e o rico do país desenvolvido, com muito dinheiro, mas sem ter por que gastar
E entao conclui que o capitalismo atual nao se baseia mais na produçao de mercadorias, mas na de necessidades
Se os pobres nao podem enriquecer o suficiente para se tornarem consumidores, entao os adultos do mundo em desenvolvimento ? atualmente responsáveis por 60% do consumo no mundo ? terao que ser atraídos às compras
Induzi-los a permanecer infantis e impetuosos em seus gostos ajuda a assegurar que comprem os bens do mercado global destinados a jovens indolentes e prósperos
De maneira brilhante e profunda, barber confronta as prováveis conseqüências para nossos filhos, nossa liberdade e nossa cidadania, e acaba por mostrar como os cidadaos podem resistir e transcender a esquizofrenia cívica que o consumismo disseminou.