Certo de que vivemos em meio ao fogo cruzado de duas correntes culturais completamente dissociadas uma da outra &ndash, a científica e a humanista &ndash,, convencido da necessidade de uma reforma do pensamento e, portanto de uma reforma do ensino, o filósofo e sociólogo francês edgar morin traz aos leitores este &ldquo,manual para alunos, professores e cidadaos&rdquo,, no qual defende um ensino capaz de transmitir nao o mero saber, mas uma cultura unificada &ldquo,que permita compreender a nossa condiçao e que favoreça, ao mesmo tempo, um modo de pensar aberto e livre&rdquo,
Em a cabeça bem-feita, morin afirma que o conhecimento pertinente é aquele que é capaz de situar qualquer informaçao em seu contexto e, se possível, no conjunto em que está inscrita: &ldquo,uma inteligência incapaz de perceber o contexto e o complexo planetário fica cega, inconsciente e irresponsável.&rdquo, o autor aponta para os inconvenientes da superespecializaçao, do confinamento e do despedaçamento do saber provocados pelo especializaçao e pela multidisciplinaridade das ciências e afirma que &ldquo,a aptidao para contextualizar e integrar é uma qualidade fundamental da mente humana, que precisa ser desenvolvida e nao atrofiada&rdquo,.&ldquo,o enfraquecimento de uma percepçao global leva ao enfraquecimento do senso de responsabilidade &ndash, cada um tende a ser responsável apenas por sua tarefa especializada &ndash, bem como ao enfraquecimento da solidariedade &ndash, ninguém mais preserva o seu elo orgânico com a cidade e seus concidadaos
(...) a continuaçao do processo técnico-científico atual &ndash, processo cego, aliás, que escapa à consciência e à vontade dos próprios cientistas &ndash, leva a uma grande regressao da democracia.&rdquo,neste livro, morin demonstra como o ensino poderia servir à soluçao dos problemas mais prementes da humanidade e como a soluçao desses problemas e sua submissao às finalidades devem levar, necessariamente, à reforma do pensamento e das instituiçoes: &ldquo,a educaçao pode ajudar a nos tornarmos melhores, se nao mais felizes, e nos ensinar a assumir a parte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas.&rdquo,