Livro - sodoma e gomorra - coleçao em busca do tempo perdido - vol
4 sodoma e gomorra, agora reeditado, é o volume 4 de em busca do tempo perdido, a grande obra de marcel proust
A presente traduçao é igualmente um clássico: trata-se da versao feita pelo poeta mario quintana para a antiga globo de porto alegre, com revisao técnica de olgária matos
A presente ediçao conta ainda com prefácio, notas e resumo de guilherme ignácio da silva e posfácio de regina salgado campos
Se o "romance-rio" de proust é uma obra multidimensional, três de suas dimensoes se destacam: o aspecto balzaquiano de largo mural romanesco de uma época e de uma classe; a estrutura da obra em si, trabalhada e retrabalhada de modo a intensificar as amarras, os nexos e os desenvolvimentos ao longo dos vários volumes; e as evocaçoes metafóricas
Em sodoma e gomorra, desenvolvido em grande parte durante a primeira guerra, com as editoras fechadas, proust pôde aprofundar e alargar essas dimensoes, "expandindo seu texto em uma imensa rede de sinais e enigmas", nas palavras do prefácio
Assim, se o primeiro volume de em busca do tempo perdido fala dos dois caminhos que circundam a cidadezinha de combray, o de swann e o de guermantes, e se os dois volumes seguintes os ampliam em dois mundos distintos, o do colecionador de arte judeu charles swann, marido da adorável odette e pai de gilberte; e o dos guermantes, mundo da nobreza em que o herói é introduzido pela madame
De villeparisis, neste quarto volume sao dois "mundos" no sentido metafórico que se desdobram e se aprofundam dos anteriores, envolvendo vários personagens: o do homoerotismo masculino ? sodoma ? e o do homoerotismo feminino ? gomorra
Porém, o que se destaca também se insere no vasto painel humano, social, comportamental, psicológico, cultural e sexual, que segue se ampliando e complexizando
Proust é uma das estrelas mais brilhantes de uma constelaçao moderna em que lhe fazem companhia flaubert, joyce e kafka
Flaubert é o homem do le mot juste, da palavra exata, como demonstram seus três contos, cuja grandeza estilística é inversamente proporcional ao pequeno número de páginas
Joyce, principalmente no finnegans wake, foi um onomaturgo, para usar o termo platônico, um "criador de nomes", um renomeador, i
É, um criador de linguagem
Kafka foi um fabulista ? isto é, um moralista ? que adotava o estilo do realismo, assim transcendendo o realismo, ao mesmo tempo em que dava ao mundo real uma irrealidade de fábula
Proust, por seu lado, expandiu até o limite as possibilidades prismáticas do parágrafo, ao mesmo tempo em que criava, assim, um poderoso instrumento de investigaçao psicológica, só comparável ao fluxo de consciência de joyce e às pesquisas de freud
Traduzido por mario quintana
Imagem meramente ilustrativa.