Praça del vecchio, rio de janeiro
Um...dois...três...quatro! a contagem de guto goffi na bateria foi o sinal
Entraram os acordes do baixo de dé, da guitarra de frejat e dos teclados de maurício barros
Em seguida, veio a voz de cazuza com billy the kid, que viria a ser o primeiro grande sucesso do barao vermelho na versao billy negao
O ano era 1981, e naquela tarde surgia uma das maiores bandas de rock do brasil, formada por cinco garotos que mal se conheciam
Essa e outras histórias, contadas por pessoas que fizeram parte da trajetória da banda, estao no livro ?barao vermelho ? por que a gente é assim?, que acaba de ser lançado pela editora globo
O livro vem acompanhado de um cd com gravaçoes inéditas, com letras originais do início da carreira
O encarte é escrito por frejat
Além de guto goffi, assina o livro o produtor ezequiel neves, um dos grandes personagens do rock brasileiro, que desde o início é amigo e apoiador dos rapazes do barao
O terceiro autor, o jornalista rodrigo pinto ? editor de cultura do globo online ? foi o responsável pela ampla pesquisa que dá sustentaçao à obra e pela redaçao final
E o resultado, claro, nao podia ser diferente: o livro é a imagem da banda
Agil, divertido, contestador ? com a cara da juventude que provocou um terremoto naquele país "careta" do final da ditadura militar
O leitor vai ter contato com o dia-a-dia dos baroes sem retoques: as festas, os envolvimentos amorosos de cazuza, o consumo de drogas que renderam uma prisao numa turnê em sao paulo
Os sucessos musicais vieram em cascata, com um empurraozinho de caetano veloso, que reconheceu o talento do grupo e cantou todo o amor que houver nessa vida para uma platéia maravilhada no canecao
Mas nao foi só caetano a se entusiasmar
Ney matogrosso, autor da orelha do livro, gravou e fez estourar pelo brasil pro dia nascer feliz
Essa também foi a época da trilha sonora de bete balanço, sucesso dos cinemas que impulsionou a carreira de debora bloch
A cançao que fala da garota do interior que conhece a realidade do rio foi um dos maiores fenômenos das rádios da década de 80
Estava provado: se na vitrola rolava led zeppelin, queen, a cor do som, moraes moreira e pepeu gomes, o barao era mais do que a soma dessas influências
Era original
Ajudou a renovar o rock nacional e o comportamento de uma geraçao que aprendia a viver numa democracia recente e conturbada
A quarta capa do livro é escrita por zeca camargo, que se descreve com fa do grupo desde o início dos anos 80, quando viu um show no circo voador; para o apresentador, "o palco mambembe mais glamouroso que já existiu"
O livro inclui a trajetória do poeta cazuza, que deixou a banda em 1985 para seguir em carreira solo, mas continuou se mantendo próximo aos integrantes, principalmente de frejat, seu "brou"
O vocalista e compositor continua a ser um dos maiores astros da música brasileira, inclusive para as novas geraçoes, 17 anos após sua morte em conseqüência da aids.